Lixo Informacional

Em algum lugar do mundo alguém esta dizendo
Mas ninguém fica sabendo

Em algum lugar do mundo alguém estava lendo
O que será que o mundo esta fazendo?
Será que o lixo esta crescendo?

A informação esta banal
É muito lixo
Muito mais do que o normal
Consumo descontrolado
Alguém pode entender?
Você ai do outro lado

Pra tudo existe explicação
Pra tanta informação
É preciso consciência
Uma revolução

Existe também um mundo carente
Onde não chega informação
Porem pra gente
Um excesso de atenção

É preciso um bom senso
Na divulgação
Poucos são os caminhos
Para uma evolução

Nasce agora o novo lixo
Uma falta de ação
Contra o excesso
De toda informação

O mundo vive em constante transformação, e todos os dias tudo o que há nele também se transforma.



João é um jornalista conceituado e trabalha em uma das maiores Editoras do Brasil, neste enorme meio de comunicação João publica toda semana artigos sobre vários assuntos, basicamente ele é um formador de opinião e seus artigos são lidos por milhares de pessoas. João é um bom funcionário e tem o privilégio de trabalhar em casa, pois seus artigos são publicados pela internet. Ele mora afastado da cidade, em um sitio muito bonito e aconchegante, por lá tudo é tranquilo. No jardim com muitas flores exóticas vindas de vários lugares do mundo João escreve tudo o que ele precisa escrever. Algumas vezes ele precisa escrever sobre assuntos que não acrescentam nada a ninguém, decorrente da necessidade de atender as exigências do mercado da comunicação, porem, ele não suporta escrever matérias pobres de cultura e intelecto, devidamente descritas como lixo informacional.

Todas as manhas quando começa a escrever João primeiramente tenta inspirar toda a aquela energia natural daquele ambiente cheio de vida, absorve toda a pureza daquele lugar e nota como tudo todos os dias se transforma, assim como todos os dias o sol volta a nascer entregando mais uma vez em suas mãos a oportunidade de evolução. João começou a refletir sobre todo impacto cultural que ele proporciona, e como isso pode ser bom, assim como a natureza lhe impactava todos as manhas com sua beleza e sua originalidade em virtude da vida, pensou em quantas pessoas ele poderia plantar esta semente de sabedoria, quantas vidas ele poderia melhorar, quanta felicidade canalizar, quanto conhecimento em a favor do bem.

João percebeu que assim como o tudo em sua volta ele também poderia se transformar, evoluir, ele jamais havia se sentido bem por vezes que escreveu matérias chulas, consideradas lixo da informação. João começou a notar uma nova vida na transformação de seus pensamentos, e por vez nunca mais publicou ou escreveu sobre assuntos banais e improdutivos.

João aprendeu com a natureza e soube entender a essência da vida, notou a simples ação injusta e irracional que por vezes praticou. João reciclou a sua visão sobre a vida e canalizou todos os seus conhecimentos para beneficio da humanidade, entendeu que assim como tudo no mundo, todas as pessoas também se transformam. João até hoje não sabe se fez da vida de alguém uma vida melhor, não sabe se fez as pessoas sorrirem, nem se alguém passou a ser mais consciente após ler os seus artigos, mas uma coisa João pode ter certeza. Assim como pra ele, o dia novo sempre vem, e tudo se transforma.

Com essa proposta de vida João passou a ser mais feliz, por sentir-se mais fundamental ao bem do planeta e da vida, ele sabe agora que sempre oferece a proposta de evolução intelectual para todos os seus leitores, e entende que cabe a cada um a decisão de escolher qual conhecimento cultivar.

Consumo. A origem do problema lixo!



Onde existe consumo irá existir lixo e todos sabem que o lixo ainda é problema, mas o que poucos de nós entendemos é que pensar sempre foi a solução. Para falarmos sobre lixo informacional, primeiramente vamos entender um pouco o conceito de consumo.

Se nós entendemos que o consumo da sociedade global abastece um certo montante de lixo e que isso vem sendo um problema crescente como uma bola de neve e mesmo assim não fazemos nada para que isso se modifique, é porque algo de errado esta acontecendo. Entender qual é o fator que impulsiona o consumo é o que vamos fazer agora, afinal, é sobre o consumo que estamos tratando, vamos descobrir o porquê da gente sempre querer mais.

Até então sabemos que a sociedade consumidora produz lixo, isso faz com que o lixo seja um problema secundário e é proveniente do problema primário, o problema primário é a motivo pelo qual consumimos, é este problema que tentaremos entender agora.

O desafio aqui é encontrar a solução. Para isso vamos entender o porquê consumimos tanto. Para que tudo fique mais claro apontaremos o sujeito do crime, no caso nós, os humanos, acusados por não aplicar um consumo sustentável ou no mínimo por negligencia neste conceito.

Para fluir melhor este pensamento vamos refletir um pouco sobre nós, sobre o comportamento da nossa espécie, assim analisaremos a nossa situação descrevendo os sete pecados capitais e como eles fazem de nós consumidores ignorantes. Entenderemos um pouco sobre essa nossa impulsão pelo consumo, tanto de produtos quanto de informações. Os sete pecados capitais são: A ira, a gula, inveja, o orgulho e a avareza, a preguiça e a luxuria. Veja como eles nos fazem consumir sem necessidade:

A ira: às vezes consumimos produtos ou informações na intenção de aplicar as mesmas como forma de expressão contra algo que achamos diferente de nós, o ser humano sempre tem medo de tudo que não condiz consigo mesmo, de tudo que é diferente, basicamente a atitude mental que está por trás da ira é: "quero destruir’ tudo que não for eu. Esse é o pecado da ira, o consumo maléfico para causa de suposta defesa.

A gula: A característica da gula é engolir sem digerir, a gula pode ser entendida como gula intelectual inclusive. É o pecado faz tudo vir ser facilmente descartável pela vontade nova de querer consumir o novo antes de digerir o momentâneo.

A inveja: É o desgosto ou pesar pelos bens do outros, a dificuldade de admirar o outro, o sentimento de injustiça. O slogan que define a inveja é: “Ele é mais do que eu, também quero”, isso faz acontecer mais um tipo de consumo.

O Orgulho: A soberba, sensação de que "Eu sou melhor que os outros" por algum motivo. Para justificar este sentimento muitas vezes o ser humano necessita de produtos de consumo e idéias que defenda a sua imagem e sustente o seu próprio Ego. Este é o pecado que por orgulho nos faz consumir.

A Avareza: Define-se como estar excessivamente apegado a alguma coisa levando a um grande medo de faltar, uma percepção de escassez. Este também gera um consumo desnecessário.

A Preguiça: A preguiça não se resume na preguiça física, mas também na preguiça de pensar, sentir e agir. Isto também gera um consumo ignorante, já que você consome tudo o que é exposto a você, por não pensar e consequentemente não saber decidir.

A Luxuria: É definida como uma impulsividade desenfreada, um prazer pelo excesso. Este pecado é o clássico tipo de consumo mais frequente, a impulsão que faz a base comercial capitalista.

Por isso é importante lembrar-se da essência natural da vida, entendermos que a natureza sempre nos forneceu tudo o que foi preciso, que se hoje não somos capazes de viver definitivamente em um consumo totalmente sustentável é porque estamos hipnotizados a todo o momento por informações desnecessárias e fúteis, decorrente do consumo excessivo e descontrolado descrito pelos pecados que já conhecemos agora. Para essa carga de informações desnecessárias damos o nome de lixo informacional, seja ela oriunda de qualquer meio de comunicação como a internet ou televisão, radio e revista ou qualquer outra fonte de exposição de produtos e ideias.

Se pararmos para pensar, iremos notar que assim como existe na sociedade alguns excluídos que sofrem uma carência de poder de compra e acesso aos produtos de consumo, na sociedade global também existe uma carência por informações, decorrentes das diferenças sociais, econômicas e políticas. Com isso podemos notar claramente a falha do sistema, enquanto existe muitas pessoas que recebem poucas informações ou até nenhuma, outras recebem alem do que precisam. Vamos observar uma exemplo: as pessoas que se encontram nas comunidades carentes da África ou qualquer que sejam as comunidades carentes pelo o mundo afora não possuem acesso as informações básicas como sobre saúde e educação e muito menos a outras informações mais ricas como por exemplo a cultura e arte, ou seja, pessoas dessas comunidades alem de já serem excluídas social e financeiramente, agora mais do que nunca serão excluídas da informação pela decorrente evolução tecnológica com ênfase na internet, que não dispõe de acesso a todos. Já outras pessoas de classe social e monetária mais elevada são bombardeadas por infinitas informações, sendo delas muitas um lixo informacional.

Talvez ainda não saibamos reciclar este lixo, mas como pensar sempre foi a solução, podemos reciclar os nossos pensamentos e assim consumir e produzir apenas informações inteligentes e produtivas, em beneficio da sabedoria humana, do conhecimento essencial e do cultivo do consumo sustentável de produtos, ideias e informações.

Assim podemos reciclar a vida e fazer do mundo, um planeta mais saudável e feliz.

Cultura não é entretenimento


Muito tem se associado a cultura ao entretenimento. Aliás, tem sido comum resumir cultura a entretenimento, como se a cultura fosse passível de ser entendida como um boteco com música ao vivo, uma casa de shows ou a ir “atrás do trio elétrico”, isso sem falar, no campo literário, dos famigerados best-sellers e dos doutores em conceituações simplórias e enviesadas, tão comuns no meio jornalístico. Entretenimento é distração, é diversão, é divertimento, é abobrinha. Cultura é outra coisa.
Diversão é, para Antônio Houaiss, “algo que serve para divertir”, mas também, “diversionismo” – aquela manobra de manipulação política que consiste em discutir o que não é importante para ocultar o importante – e, em um uso militar, explica o filólogo, significa uma “ação que tem a finalidade de desviar a atenção do inimigo”. É interessante ligar esses três sentidos e imaginar que o regozijo da diversão pode ser, então, algo extremamente prazeroso, mas não exatamente para mim: se me divirto muito, é possível que alguém esteja se regozijando muito mais com isso.

Gargalhadas deprimentes
É muito boa a explanação de Michel Maffesoli sobre as divertidas e sensuais tribos urbanas e seu grande corpo coletivo, vivenciado nos shows musicais, nos festivais e nas comunidades simuladas dos bares, na potencialidade revolucionária da orgia e outras idéias barrocas. Muito boa mesmo. Divertida, inclusive. Mas, fica um sabor algo amargo quando é possível observar a forma de vida de quem leva a sério essa idéia de se divertir o tempo todo.

Veja-se a cultura underground. Tome-se essa utopia divertida. Eternos jovens protagonistas de frenéticos embalos, animadas e “culturais” discussões entre cervejas, drogas à vontade e sexo fácil, tudo embalado ao som do “velho e bom” rock’n’roll. Jogos de palavras e ornamentos estéticos acabam com a função de ocultar a absoluta impotência política. Isso, sem dúvida, é diversão.

Enquanto se “curte” alucinadamente a cultura do sexo, drogas e rock’n’roll, há quem se divirta muito mais. Há quem empresaria os grandes astros que divulgam os modismos culturais. Há quem movimenta os aproximadamente U$ 500 bilhões que circulam no comércio das drogas (e que ninguém venha me dizer que essa grana está nas favelas cariocas). Há quem produza, distribua e venda a bebida alcoólica, notadamente a cerveja, cuja maciça publicidade consegue surpreendente sucesso, mesmo (ou talvez por isso) interpretando seu target como composto apenas de idiotas pândegos e babões. Há quem lucre ao transformar a vida numa triste gargalhada.
Infelizmente, porém, essa bazófia não é apanágio apenas de roqueiros, head-banglers (os “batedores de cabeça” do chamado heavy metal) ou punkecas: há também os “pagodeiros mauricinhos”, os cultores daquilo que se convencionou chamar de axé music e outros tantos. Como se diz na linguagem coloquial, todos farinha do mesmo saco.

Transformar para cantar
Cultura não é entretenimento. Há uma inevitável angústia na vivência cultural. Mente todo aquele que nega sentir um insuperável incômodo ao contato com qualquer notável produto artístico. Do mesmo modo, não há quem consiga sair ileso de um diálogo no qual uma idéia completamente nova é apresentada. Uma idéia inédita e sagaz é capaz de tornar toda a nossa construção sobre identidade ou “visão de mundo” incomodamente obsoleta e esdrúxula. Até mesmo nossos desejos se tornam empoeiradas peças de museu quando nos defrontamos com o dissenso inteligente.

O contato com a cultura é devastador e, definitivamente, não combina com “ficadas”, cervejadas, cocaína e axé music, muito menos com o surrado, repetitivo e nada criativo rock’n’roll. Cultura não é diversão, não promove a mediocridade. Não quer desviar a atenção, não almeja o diversionismo.

Isso não significa que a alegria e a festividade não possam compor a vivência cultural. A festa é culturalmente orgástica quando oferece efetivamente uma representação da vitória do brilho contra a escuridão, da sabedoria e do vigor contra a estupidez e a impotência. A cultura não é feita para divertir, mesmo quando é divertida. Quer ir além disso: pretende incomodar, transformar, chamar à responsabilidade de um compromisso com a vida. Assim, o divertimento é o tempero da mensagem, não a mensagem.

Talvez o dito que melhor expresse como se dá essa relação nos seja dado pelo poeta russo Maiakovski. Ele escreve, no poema “A Sierguéi Iessiênin”: “Primeiro, é preciso transformar a vida, para cantá-la em seguida”. É por isso que na fábula da formiga e da cigarra, a formiga tem inobscurecível razão. E é por isso, também, que entender cultura como entretenimento é sinal de inescrutável burrice ou de insanável má-fé.

A era digital pode estar criando alienados culturais

Reinaldo Luz Santos

Bem vindos à era da informação
"Os meus filhos terão computadores, mas antes terão livros" - Bill Gates

Bem vindos internautas. Bem vindos sedentos por sabedoria. Bem vindos amantes da cultura. Eis a grande era global da comunicação. Já aqui diante de nós a tecnologia ao alcance das massas. Eis a tão aclamada ERA DA INFORMAÇÃO!

Aqui, ali, longe, perto. Em todo lugar, em toda parte. Ao alcance de todas as classes sociais. A rede mundial de computadores interligados e plugados num único canal de pluralidade de raças e culturas. Aqui, ali, longe, perto. Em todo lugar, em toda parte... Bom, isso eu já disse. Mas, tirando o ali, o aqui, o acolá do meu texto, pergunto. E ai? Chegou? Chegou essa maravilhosa era da informação?

Claro que sim. Chegou a todos e a quem quiser conhecer, beber e ceifar dessa era. O problema, agora sim ele, o problema. O problema é quem nem todos sabem o que fazer com tudo isso.
Assim como a TV - ainda que em menor escala de abrangência ao grande público - a internet, vista como uma mídia revolucionária por seu poder de interatividade, me parece estar indo para igual caminho, transformando-se em igual máquina de decapitação de potenciais.
Pra que tantos canais nesse controle remoto?

"São tantos canais nesse bendito controle remoto. Não sei pra que! Eu vou é pedir um desconto na TV a cabo, afinal de todas essas opções o que me interessa mesmo é ver o jogo do meu time à noite, reprise uma hora depois, comentários na madrugada e quem sabe os melhores momentos no domingo."

Não se assuste com essa figura. Ele pode ser você diante da Internet. Dicionários online, cursos a distância, debates presenciais, palestras em vídeo, conteúdo sob demanda, redes temáticas e troca de conhecimento em tempo real. Milhares de serviços, pessoas, interesses cruzados e fontes de informação dos mais diversos tipos a sua espera. E você liga o computador, abre o navegador e a primeira que coisa que escreve é "w w w . o r k u .... "
Puxa vida, pensou você, pra que tantos canais esse maluco - do meu exemplo - quer se ele só pensa em ver um canal? Estranho não é mesmo?

Cuidado, o Orkut te pegou!
Segundo uma pesquisa realizada pelo Pew Internet e American Life Project nos EUA, apenas 35% dos adultos possuem páginas pessoais em sites como Facebook, Bebo e MySpace, enquanto 65% dos adolescentes de 17 anos ou menos possuem conta em pelo menos uma dessas redes de relacionamento.

Todo mundo já sabe que açúcar em excesso dá cáries. Só não sai se contararam aos jovens. Tudo bem, eu estou falando principalmente aos jovens que sofrem desse mal (a meu ver), então dá pra radicalizar e pedir pra apagarem suas contas do Orkut, eles gostam e até entendo. Mas tudo que é demais é sim prejudicial.

Tenho observado o comportamento de amigos, sobrinhos, filhos de amigos e muita gente diante da internet. Boa parte do tempo é gasto com futilidade, navegação sem rumo e muitíssimo pouca produtividade.

Fala a verdade, você conhece alguém que passa mais de uma hora clicando de perfil em perfil, bisbilhotando na página de recados e procurando conhecer os hábitos das pessoas pelas poses, passeios e viagens registrados nas fotos. Conhece ou não? Opa, você é um desses? Cuidado. O Orkut te pegou.

O sistema é sensacional. A idéia é genial e o modelo de distribuição simplesmente incrível. Realmente o Sr. Orkut acertou em cheio. Acertou, foi reconhecido, ganhou visibilidade e está colhendo frutos por isso. Sim, ele está faturando e alto. E você, Sr. Orkuteiro. Quanto ganhou em sua última hora de fuçada?

Nem preciso concluir meu raciocínio não é mesmo? Os desenvolvedores de grandes e potenciais serviços de relacionamento estão lucrando alto ou mesmo fazendo suas histórias, tendo o retorno de seu esforço. E você é mais um pequeno número na estatística milionária das realizações "dos outros". E as suas, começam quando?

Alguns fazem sua história. Outros babam em frente ao monitor
Enquanto você está perdendo horas da sua vida, babando em frente ao computador, navegando sem rumo e assistindo o sucesso de outros, existem pessoas que entenderam o potencial da grande rede. As comunidades de relacionamento não são ruins, muito ao contrário, são um grande elo entre pessoas de mesmos interesses, planos e afinidades.


Posso não estar completamente certo, mas como criador nato e artista incansável, seja lá em que atividade, eu acho que produzir é fundamental e necessário ao ser humano. Principalmente o jovem precisar criar para se conhecer. Precisa escrever, filmar, desenhar, planejar, sonhar, rabiscar, enfim, viver em constante mutação de idéias através da produção. E os serviços disseminadores do ócio são um veneno para o curto tempo de autoconhecimento.

Ninguém precisa preocupar-se em criar grandes obras ou gerar grandes revoluções, mas a finalidade maior das redes temáticas interligadas é unir pessoas em prol de crescimento mutuo. Nós sentimo-nos maiores quando encontramos novos pontos de vista. Nós crescemos quando encontramos pontos de equilíbrio em nossas metas e as realizações que podemos alcançar. Nós vibramos em boas energias quando encontramos energias similares.

Tão longe e tão mais longe
Dias atrás, como não de costume, conectei-me para fazer uma pesquisa tarde da noite. Automatizado entrei no meu mensageiro instantâneo, ainda conhecido como MSN. Perdi o rumo da minha pesquisa quando vi subirem as famosas plaquinhas, quase que juntas, de quatro grandes e velhos amigos. Tornei-me visível e fiquei a pensar nas boas vindas que daria a eles.
De repente me vi pensando demais na piadinha que faria. E percebi que já estava eu e os quatro amigos online a mais de 5 minutos. Fiquei olhando a tela fria a esperar. E a pensar. Eu estava quase eufórico quando os vi (a seus nomes) entrarem online. E, no entanto pensei, será que eles estavam também?

Lembrei-me dos bons tempos que vivemos eu e esses amigos. Lembrei-me das festas, das baladas, das roubadas, das roupas diferentes, da vontade de ser diferente. Dos rótulos das tribos em que nos enquadrávamos. Lembrei-me das festas malucas, das madrugadas a falar de sonhos e das chacotas uns com os outros. Lembrei-me de alguns vários momentos muito bons e alguns poucos difíceis e nesses, lembre-me dos abraços de amizade sincera e choro sem formalidades.
Lembrei-me de tanta coisa boa e real. E não entendia o que eles esperavam pra me chamar também.

Talvez, como a mim, estivessem todos lembrando tudo que citei. Ou talvez apenas estivessem ocupados atualizando seus perfis, criando frases para o MSN do dia seguinte, subindo fotos para o álbum virtual. Não sei, sai e não nos falamos mais. Aliás, a tempos não nos falamos. Apenas acompanhamos de longe e pela web a vida um do outros.

Nosso proveito está ao alcance da disciplina
Se a internet veio para unir, para nos plugar, para nos fazer crescer não tenho mais certeza. Mas sei com toda a clareza que ela tem potencial para muito mais. A base de qualquer amizade ou mesmo de negócios é feita por relacionamentos. Você não compra produtos apenas, você compra credibilidade, personalidade e quando menos, necessidades. Mas em muitos casos negócios são feitos com pessoas. A rede veio para viabilizar muito do estreitamento dessas fontes de conexão entre os seres humanos.
O aproveitamento ou não dessas oportunidades não está em nenhuma formula mágica nem mesmo em poderes de aquisição. Na web tudo é possível e quase tudo, relacionado a informação e conhecimento, está a sua disposição. Só uma coisa o separa da matriz de conhecimento, você.

Nós somos inibidores de nosso crescimento e melhor aproveitamento das possibilidades da grande rede. E a conscientização somada a disciplina é a ponte para infinitas possibilidades. O MSN, Skype, Orkut, E-mail, torpedos e todo e qualquer tipo de tecnologia para conexão e comunicação pode aproximar ou esfriar relacionamentos. Depende de como os usamos.
No caso de crianças e adolescentes eu sou completamente a favor de um direcionamento para o uso da internet. Por mais que pais ainda achem que as crianças saibam usar o computador, eu ainda acredito que elas saibam guiar um carro, mas não conhecem o caminho a seguir para chegar a algum lugar. Horas e horas em comunidades são uma grande perda de tempo.
Lixo cultural e passatempos pouco construtivos em enorme quantidade
Comunidades irrelevantes, amigos virtuais que são completamente estranhos, conversas macro-abreviadas, empobrecimento do vocabulário e uma infinidade de passatempos pouco ou nada construtivos. É nesse ambiente infértil que seu irmãozinho, filho ou sobrinho vive.
As comunidades, por exemplo, de que servem? Deveriam fazer o papel de pontos para debates ou mesmo para encontro de pessoas com mesmos interesses falarem de seus prazeres. No entanto não é o que acontece nas mais famosas, como as comunidades do conhecido serviço Orkut.

Essas, disfarçadas chamariz para interação, na verdade apenas te rotulam e evita o trabalho de você mesmo escrever sobre si. Está tudo lá, mastigado. Filie-se na "Eu ainda assisto o Chaves" e encontro mais 10 duas de saudosos desocupados. Mas a interação acabou ai, vê-se o número de companheiros e ponto. Lá está a comunidade a fazer parte de outras 300 que colecionados sem menor utilidade. E se quiser incrementar seu perfil procure conhecer as muitas animações disponíveis, as firulas nos nomes feitas a base de códigos primários ou mesmo as novas formas de se escrever proparoxítonas usando duas letras e um asterisco. E eis que se formam aos montes os "tecno-alienados" quando deveriam ser mesmo os mais antenados das últimas gerações, tendo as mãos tantas possibilidades de informação.

Horas para criar um novo perfil em um novo e sensacional serviço. Horas para editar as mesmas fotos tiradas a frente do espelho com línguas a esquerda e a direita. Horas lendo recados dos recados de "amigos" próximos, depois dos amigos dos amigos e dos colegas dos amigos dos... bom, me perdi, pois são tantos cliques de perfis em perfis que depois de alguns minutos muitos já não sabem o que estavam vendo, lendo ou querendo fazer. As comunidades, no modelo em que foram criadas e da forma que estão sendo usadas, são mesmo um lixo e um desperdício de tempo!

E onde entra mesmo a era da informação?
"Quem mexe com internet
Fica bom em quase tudo
Quem tem computador
Nem precisa de estudo
Estudar pra quê?
Estudar pra quê?"

E dá-lhe "Pato Fu" no trecho acima de sua música "Estudar Pra Quê" composição de John. Estudar pra quê? Estudar pra quê? Pois é, não é bem assim, mas não sei se todos sabem. Um livro é ótimo, mas não é suficiente tê-lo na estante. É preciso saber usar o que se tem em mãos.
Sim, ela existe e paira por todo lado, ante aos conectados, antenados, aficionados, sedentos por cultura, viciados em novidades, amantes das novas vivências. Aos extremos e aos saudáveis, seja em que nível for, a informação está ai para quem quiser - mas quiser mesmo - aproveitar.
Não são todos que sabem se regrar e aproveitar toda a esfera de possibilidades e conhecimento que o momento em que estamos providencia. Novamente, ainda que em tempos de tecnologia evoluindo em larga escala, soberana é a força do individuo e suas escolhas.
O mesmo vale para a conectividade entre as pessoas em tempos de redes integradas que, ao meu ver, não deve ser rotulada como em tempos únicos de alta taxa de efetividade, nem tampouco como um momento de distanciamento entre os seres. Como já previsto pelo filosofo Pierre Lévy, a internet pode nos distanciar sim, mas a grande tendência é da aproximação. E aqui se faz protagonista novamente a conscientização de cada um sobre como usufruir dos recursos e infinitas possibilidades que a grande rede nos proporciona!

E você, tem feito sua história, aproveitado seu tempo e vivido intensamente esse momento? Ou ainda assiste com controle remoto em mãos o zapear dos seus próprios dedos sem entender o rumo que se segue?

Pense nisso. Conecte-se sim. Mas não se desligue dos seus sonhos e objetivos! Tempo é precioso, a banda já é larga, mas não é infinita!